Você provavelmente conhece a empresa Kodak e como essa pioneira da fotografia acabou chegando à falência. A história dessa companhia é um exemplo marcante de como a falta de adaptação às inovações do mercado pode levar uma empresa de renome ao declínio.
Por décadas, a Kodak liderou a indústria de fotografia, mas, com o tempo, a resistência à tecnologia digital foi o seu maior erro estratégico, o que a levou à falência. Neste artigo, vamos analisar o caso dessa empresa e como ela conseguiu se reinventar e retornar ao mercado em 2018.
A era da fotografia analógica e a oportunidade perdida
Durante grande parte do século XX, a Kodak dominou o mercado de fotografia e construiu um império baseado em câmeras e filmes analógicos. No entanto, ela não soube se adaptar à chegada da tecnologia digital, que revolucionou o setor.
Enquanto outras empresas, como a Nikon e a Canon, investiram na inovação e desenvolveram câmeras digitais, a Kodak apostou na permanência do modelo de negócio analógico. Porém, essa relutância em se modernizar foi um erro crucial.
A Kodak foi pioneira nesse segmento e tinha todas as condições para liderar a transição para a nova era. Isso porque a empresa detinha uma forte marca e um conhecimento profundo em química fotográfica.
Porém, ela cometeu um grande erro que qualquer marca pode cometer: subestimar o potencial de uma nova tecnologia e não investir o suficiente em pesquisa e desenvolvimento da área. Essa falta de visão estratégica acabou custando caro à Kodak e fez com que ela chegasse à falência.
A falência e o aprendizado doloroso
A Kodak foi a primeira empresa de fotografia a comercializar uma câmera digital, em 1990. Porém, a empresa acabou hesitando para tentar proteger seu negócio principal de filmes e câmeras analógicas e não conseguiu reconhecer a velocidade e a amplitude da mudança que a tecnologia digital traria para o setor.
No início dos anos 2000, a Kodak começou a enfrentar sérios problemas financeiros. A demanda por filmes analógicos despencou à medida que as câmeras digitais se tornaram populares.
Isso aconteceu após a empresa cometer quatro grandes erros:
- Falta de reconhecimento do potencial de inovação da fotografia digital;
- Modelo de negócio baseado em um único produto;
- Margens de lucro mais baixas;
- Medo de canibalizar seu próprio mercado.
No início, as câmeras digitais eram caras para produzir e tinham margens de lucro menores em comparação com as câmeras analógicas. Além disso, as câmeras digitais não dependiam mais de filmes, o que poderia afetar a receita principal da empresa e ameaçar o mercado existente de câmeras analógicas e filmes.
Alguns anos depois a empresa tentou se adaptar, lançando suas próprias câmeras digitais, mas já era tarde demais. A Kodak estava atolada em dívidas e não conseguiu competir com empresas mais ágeis e inovadoras, como a Canon e a Nikon.
Em 2012, a empresa entrou com pedido de falência, demonstrando que sua resistência à inovação e sua falta de agilidade foram os principais fatores que a levaram à ruína. A empresa aprendeu da maneira mais difícil que a inovação constante é essencial para a sobrevivência nos mercados em evolução.
A reinvenção da Kodak: impressão 3D e indústria farmacêutica
Após uma reestruturação, a Kodak ressurgiu em 2018 com uma nova visão e foco em tecnologias emergentes e voltou a investir em pesquisa e desenvolvimento, direcionando seus esforços para setores como impressão 3D. Dois anos depois, em 2020, a empresa passou a atuar também com materiais farmacêuticos.
Um dos principais pilares da reinvenção da Kodak foi o investimento em tecnologias emergentes. A empresa entendeu que a impressão 3D estava revolucionando a indústria manufatureira, oferecendo possibilidades de produção personalizada, redução de custos e tempos de entrega mais rápidos.
Ela percebeu que suas competências em imagens e processamento de dados poderiam ser aplicadas nesse novo campo. Assim, a empresa lançou a Kodak 3D Printing, uma divisão voltada para a impressão 3D, oferecendo soluções avançadas para diversas indústrias.
Além disso, em 2020 também deu início à Kodak Pharmaceuticals, para produzir componentes farmacêuticos durante a pandemia. Para isso, a empresa recebeu um aporte do governo dos Estados Unidos de US$ 765 milhões. Esses movimentos demonstraram que a Kodak aprendeu a se adaptar à inovação e encarar as mudanças do mercado.
Lições sobre inovação a partir do caso da Kodak
O caso da Kodak oferece importantes lições sobre inovação e adaptação aos novos tempos. Algumas delas são:
Esteja aberto a mudanças:
É essencial estar disposto a abandonar modelos de negócio ultrapassados e abraçar novas tecnologias e tendências.
Invista em pesquisa e desenvolvimento:
A inovação exige investimentos consistentes em pesquisa e desenvolvimento.
Esteja atento às oportunidades emergentes:
O mercado está em constante evolução, e é necessário estar atento às oportunidades
Aprenda com os erros:
Os erros são oportunidades de aprendizado e de repensar suas estratégias e abordagens.
A história da Kodak é um exemplo de como a resistência à inovação pode levar uma empresa renomada a ficar obsoleta. Isso demonstra que a inovação constante é fundamental para se manter relevante em um mercado sempre em evolução.
Ao perder a oportunidade de liderar a transição para a fotografia digital, a empresa enfrentou dificuldades financeiras e precisou passar por um processo de falência. A história da Kodak é um lembrete importante de que a inovação é essencial para o sucesso e que a resistência à mudança pode ter consequências graves.
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