Veja quais profissões foram impulsionadas pela crise sanitária. Conheça o perfil do profissional atento às transformações do mundo dos negócios e as estratégias para manter a empregabilidade pós-pandemia
Atualmente, você sabe dizer em qual área é mais fácil arrumar emprego? A crise sanitária provocada pela pandemia da Covid-19 impulsionou determinados setores, deixando algumas profissões em alta. O primeiro deles — e certamente o mais importante — foi o setor da saúde, seguido de perto por trabalhadores de outras áreas como tecnologia, logística e construção civil. Por conta do distanciamento social e da prática de home office, a demanda por terceirizados teve significativo aumento. Em sua maioria autônomos, entregadores via delivery e motoristas por aplicativo se tornaram peças operacionais fundamentais na nova rotina da população em quarentena e figuram entre as profissões mais procuradas.
Apesar da instabilidade, a fase impulsionou ainda o empreendedorismo, evidenciado pelo surgimento de startups, bem como a alta na demanda por serviços essenciais diversos. Quem traz os dados são plataformas que conectam autônomos a consumidores, como GetNinjas e Helpie, e o Banco Nacional de Empregos (BNE).
Como se tornar um profissional capacitado e buscado pelo mercado?
O professor de pós-graduação e MBA da FAE, Dante Ricardo Quadros, defende que, além de investir em capacitação estratégica mirando nas vagas mais promissoras, o profissional ajuste o mindset com olhar ampliado à humanização. “Passamos por um período de transição no qual o mundo atual, denominado Bani, nos sensibiliza por meio da fragilidade e nos leva à interiorização”, analisa. Segundo o profissional, essa adequação de comportamento impacta não só as relações de trabalho, mas ainda as perspectivas de crescimento individual. “Quando falamos em equilíbrio, não é apenas do ponto de vista profissional, engloba o lazer e o socioemocional”, afirma em relação ao perfil do profissional do agora.
Para ele, estar voltado ao amanhã e ao outro são pré-requisitos indispensáveis. “Além de dominar a tecnologia e todas as ferramentas disponíveis, é preciso ser visionário e humanista. Ao unirmos essas variáveis, chegamos a um propósito claro diante de um futuro que, apesar de não termos todas as respostas, nos é possível construir”, reflete. Como nem tudo ainda é tangível, exigirá-se o resgate de valores na mesma medida em que o profissional se atualiza. “Enquanto certas questões estavam perdidas, como o olhar para si mesmo, a evolução digital chega para fazer essa consonância entre o que precisa ser feito e o que nos trará mais qualidade de vida.”
Estar menos sujeito a uma série de opressões, construindo o próprio destino com clareza, é o caminho para buscar uma capacitação mais alinhada com seus interesses. “Depende muito da disposição interna. No entanto, independentemente da área, o autoconhecimento é fundamental. Afinal, se não sei dos meus pontos fortes, acabo condenado a repetir os fracos”, pontua. Para tanto, Quadros enfatiza a necessidade de fazer escolhas que façam sentido. “Uma questão muito trabalhada na pós-graduação é ‘qual profissional você quer ser? Alguém que faça a diferença?’, sendo esse um ponto de partida crucial na jornada.”
Boom da tecnologia
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABCCom), desde o início da pandemia mais de 135 mil lojas no Brasil aderiram ao segmento. Até então, a média era de 10 mil lojas por mês a adotarem a internet como meio de vendas. A instituição também apurou o faturamento com e-commerce: as receitas chegaram a R$106 bilhões — crescimento de 18% sobre 2019.Na mesma ponta, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), aprovada no fim do ano passado, tornou expressiva a busca por especialistas em TI capazes de fazer as adequações necessárias nas empresas.
Empregabilidade pós-pandemia requer lifelong learning
Análises setoriais à parte, as mudanças estruturais trazem um impacto ainda maior do que a oferta e procura por oportunidades: ele recai sobre a empregabilidade.
Um levantamento realizado pela McKinsey Global Institute (MGI) prevê um panorama promissor em se tratando da busca por: conhecimento tecnológico, 39%; gerenciamento de equipes, projetos, treinamento e desenvolvimento, 30%; habilidades cognitivas, domínio de matemática e estatística, 28%.
Ainda de acordo com o MGI, o potencial de empregos estará voltado ao alto grau de formação — com pós-graduação, MBAs e aprendizagem de novas habilidades ainda mais valorizados. Profissionais liberais e com formações tradicionais, como engenharia, administração, contabilidade, jornalismo e educação, por exemplo, não sofrerão tanto com a disrupção. Contudo, deverão passar por um processo de reinvenção. Os trabalhos que se encontram em categorias com maior nível de proximidade física terão maior probabilidade de sofrer uma transformação após a pandemia, provocando um “efeito dominó” em outras categorias à medida que os modelos de negócios forem mudando em resposta à crise.
Profissões vão acabar?
Para o professor da FAE, é arriscado dizer que há profissões que vão acabar. “O universo empresarial, tradicionalmente vertical e hierárquico, está dando lugar ao empoderamento do indivíduo que se vê muito mais capaz de tomar decisões”, diz. A perspectiva de compartilhamento, encabeçado por uma agilidade muito mais presente, é apontada por Quadros como uma tendência clara no período de transição no qual nos encontramos. “Os formatos pirâmides que conhecemos não atendem mais às atuais demandas e naturalmente estão se desmontando. Até então, uma decisão tomada no topo levava tempo até chegar e impactar toda organização. Hoje, a qualificação aliada à tecnologia pode colocar a todos em níveis iguais, especialmente quando falamos em produtividade.”
Como mensagem final, Quadros se diz muito otimista. “Apesar de ainda dependermos de certos avanços, como o da vacinação, e o momento ainda gerar apreensão, gosto de usar uma máxima em inglês: ‘good times are coming.’.”
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